Verão chegando, fim de ano bem pertinho, mas, o que pode ser ótimo para você, para o seu cão pode ser um pesadelo, já que nessa época trovões e fogos de artifício são comuns.
Na terça-feira, eu fiz uma live com a Daniela Ramos, veterinária do PSICOVET, e nós falamos justamente sobre esse tema e os comportamentos de medo associados ao barulho.
Vale lembrar que barulho é uma categoria ampla. Alguns cães, por exemplo, são sensíveis ao barulho de liquidificadores ou aspiradores de pó. Mas quando nós falamos de fogos e trovões são barulhos imprevisíveis e intensos, o que gera uma resposta maior e um impacto fisiológico, emocional e comportamental nos cães.
A gente já sabe que é muito comum os cães demonstrarem medo nessas situações, mas isso seria normal?
Como a Dani explicou, o medo é uma emoção normal, porém, se for sentido de forma exagerada, pode ser um caso de fobia.
Para saber a diferença entre medo e fobia alguns sinais devem ser observados:
- Tempo de recuperação
Pode ser que o cão se acalme conforme o barulho cessar, ou ele pode levar dias para se recompor completamente nos níveis fisiológico, emocional e comportamental. Quanto mais longo o tempo de recuperação, maior a probabilidade de que ele seja fóbico.
- Intensidade da resposta
Fica ofegante, tremer e procurar estar perto dos tutores, neste caso, são sinais de medo, mas se o cão apresentar vômito, diarreia, comportamentos autodestrutivos como arrancar pelos ou se lamber até causar uma ferida, e até tentativas de fuga, é um caso de fobia.
Algo muito importante é entender que um cão nunca vai ficar feliz e 100% confortável com barulhos intensos. Nem nós, humanos, ficamos e a audição canina é ainda mais apurada que a nossa. Outro engano é achar que é possível tornar um cão imune a todos os barulhos. Isso é inviável e perigoso! Imagina se você ficasse indiferente a uma buzina de carro ou ao som de um alarme disparado… Você não entraria em estado de alerta nem tentaria se proteger.
E não dá pra evitar: os trovões e os fogos vão continuar existindo. Então, como a gente pode ajudar nossos cães?
Já que a exposição ao estresse causado por esses barulhos não pode ser evitada, o que nós podemos é auxiliar a recuperação dos cães através de acolhimento e relaxamento.
Mesmo que você não possa estar com o seu cão, é muito importante que ele não fique sozinho! Inclusive, a fobia a barulhos costuma se associar ao medo de ficar só e à ansiedade por separação.
As medidas de acolhimento e relaxamento são petiscos, recompensas de alto valor, interagir com o cão, propor uma brincadeira… É preciso um acolhimento ativo! Fechar as janelas e as cortinas não é o suficiente, tampouco só dar colo ao cão. Fique com ele, permita que ele esteja perto de você e dê um ar de normalidade à situação, dentro do possível.
Na live nós explicamos como você pode praticar o acolhimento ativo e também falamos sobre outras opções, como o uso de medicamentos, a restrição de espaço e os riscos de usar a guia em cães fóbicos nessas situações.
Se você não pôde acompanhar ao vivo, o meu bate-papo com a Daniela está disponível no meu canal no YouTube. Assim você pode assistir ao conteúdo e compartilhar com os seus amigos para que o fim de ano e o verão de mais cães seja melhor.
Quero ajudar meu cão
Bons treinos,
Dante.